FRASE DA SEMANA (mande a sua)

Na maioria das vezes somos causadores das nossas próprias desgraças!!! "Nogueira"

terça-feira, 15 de abril de 2008

PESQUISA: Higiene e Trabalho

'ESTOU DISPONIBILIZANDO PRA VCS ESSE MATERIAL DE PESQUISA. É MUITO BOM!"

SUGIRO QUE VCS IMPRIMAM E O TENHAM COMO FONTE PESQUISA!

UM GRANDE ABRAÇO!

1. Química e Câncer
O assunto saúde versus produtos químicos parece ser o grande tema de nossa época, em razão do crescimento do setor, do aparecimento de novos produtos a cada ano e do desconhecimento da maioria dos riscos que a manipulação, fabricação e consumo desses produto representa para o meio ambiente, população em geral e trabalhadores.
Dois grandes eventos mundiais - o Medichem, que se realizou na Bahia, e a conferência do Colégio Ramazzini, na Itália - cuidaram especificamente do assunto. O primeiro foi patrocinado pela indústria química e, portanto, não foi aceito sem ressalvas. O sgundo reuniu especialistas de várias partes do mundo, que traçaram um quadro dramático da situação, a nível mundial, observando que é especialmente crítica nos países do terceiro mundo.
O Dr. Cesre Maltoni, no Instituto de Oncologia de Bolonha afirmou que desde o início da década de 70 são observadas três conclusões importantes: 1) Há, no ambiente, muitos agentes sob a forma de compostos industrias que podem produzir câncer; 2) Apenas pequenos números desses agentes sob a forma adequadamente estudados para verificar se são carcinogênicos e em que grau; 3) A ciência dispõe dos instrumentos para identificar agentes e fatores carcinogênicos, presentes nesses ambientes, e quantificar seu grau de risco.
Nos últimos anos, e principalmente agora, a contribuição da ciência quanto a suituação de exposição carcinogênica tem sido usada principalmente para corrigir situações tidas como perigosas e, portanto, tem sido considerada uma ação dialeticamente contrária à estabilidade sócio-econômica e ao desenvolvimento tecnológico.
Acreditamos, agora, que a pesquisa biomédica a respeito da carcinogênese ambiental objetiva identificar e corrigir situações reais de risco criadas no passado, mas cada vez mais assume a finalidade de orientar a tecnologia para um tipode desenvolvimento mais respeitoso no que se refere aos recursos naturais ao meio ambiente e ao homem.
A pesquisa no campo da carcinogênese ambiental e ocupacional está, logicamente, abaixo das necessidades.
Há, entretanto muitos programas importantes sendo desenvolvido, promovidos pelos Governos, indústrias, agências nacionais e internacionais, academias, associações, etc...
Os resultados são impressionantes. Recentemente, verificaram-se descobertas importantes a respeito de substâncias químicas que causam câncer, a maioria fornecidas por laboratórios experimentais que, em nossa opinião merecem atenção especial.
A razão para esta atenção está, principalmente, no grande volume da produção e amplo uso destes compostos. É hora de fato, de entender que não é importante, apenas, saber quais são os compostos perigosos, mas muito mais, como cada um deles está presente (em outras palavras: quanto siginifica demasiado).

Os compostos seguintes devem ser considerados:
1) gasolina
2) aromáticos (benzeno, tolueno, xileno)
3) solventes clorados
4) 1,3 butamedieno
5) formaldeído
6) asbestos modificados

1) GASOLINA
Há poucas ou talvez nenhuma, mercadoria de produção tão difundida quanto a gasolina. Gasolina é uma mistura de muitas substâncias químicas, cuja composição pode variar de um país para outro, de uma companhia para outra, de um período de tempo para outro, dependendo de fatores técnicos e econômicos.
Um estudo sobre a inalação de gasolina sem chumbo tetraetila, feito nos Estados Unidos, mostrou que a gasolina produz tumores malignos e benignos nos ratos.

2) AROMÁTICOS
a) Benzeno
É um dos constituintes da gasolina comercial (de 0,5 a 15 por cento). A produção mundial (principalmente através do óleo cru) para usos diversos é estimada em 15 milhões de toneladas por ano. No total, 32 milhões de toneladas de benzeno circulam no globo por ano. Quatro milhões de toneladas estima-se, são lançadas para o meio ambiente.
O benzeno é amplamente usado como produto químico intermediário para a produção de muitos compostos industrias. Foi muito utilizado no passado nos países industrializados, e ainda é nos países em desenvolvimento, como solvente de tintas, borracha e cimento-borracha.



b) Tolueno
É um dos constituintes da gasolina comercial (de 2 a 17 por cento). A produção mundial para usos diversos é estimada em 10 milhões de toneladas por ano. É obtido principalmente, a partir do óleo cru.
c) Xileno
O xileno (dimetilbenzeno) existe em três formas isoméricas: orto, meta e para. O produto comercial, comumente conhecido como “xilol” é uma mistura desses três isômeros. É um dos constituintes da gasolina comercial (de 5 a 13 por cento). A produção mundial de xileno para vários usos é estimada em torno de 5 milhões de toneladas por ano. É produzido principalmente a partir do óleo cru.
É um importante produto inicial e intermediário para síntese em diversas industrias químicas.É amplamente utilizado como solvente na indústria gráfica, da borracha e do calçado, como agente de limpeza e desengraxante.

SOLVENTES CLORADOS
a) Tricloroetileno (TCE)
A produção de TCE na Europa Ocidental, Estado Unidos e Japão está em torno de 650.000 toneladas por ano. O TCE é amplamente utilizado como desengraxante de partes metálicas, um agente de limpeza a seco, um tinner para tintas, lacas, vernizes e alcatrão e um solvente para a borracha. Além disso, é utilizado na limpeza de equipamentos eletrônicos, lentes, material fotográfico e na extração de óleo e gorduras de produtos animais e vegetais. O TCE pode ser encontrado em diversos produtos comercializados sob marcas registradas.
O conjunto de dados disponíveis mostra que o TCE causa:
1) um aumento da incidência de carcinomas hepatocelulares e tumores pulmonares em camundongos suscetíveis;
2) um aumento de tumores na célula de Leyding nos testes com camundongos;
3) um aumento de linfomas, não relacionado com a dose, em ratos e nesta espécie também;
4) a indução, em altas doses e com baixa incidência de um tumor que raramente ocorre, isto é, o adenocarcinoma renal tubular. Tumores renais foram precedidos por - e associados com - uma mudança peculiar nas células dos tubos renais: megalonucleocitose dos tubos renais.



b) Outros Solventes clorados
Outros solventes clorados importantes são: o tetracloroetileno (TTCE) (produção mundial de 600.000 toneladas por ano); Cloreto de metileno (produção mundial de 570.000 toneladas por ano).
Todos estes três compostos foram submetidos a bioensaios de carcinogênese de longo prazo em vários laboratórios, incluindo aquele do Instituto de Oncologia de Bolonha.
Os resultados destes bionsaios, não tão extensos quanto aqueles desenvolvidos sobre TCE, podem ser resumidos como segue:
à o tetracloroetileno causa uma incidência crescente de leucemia e o aparecimento do rato tumor tubular renal em ratos, e aumento na incidência de tumores hepatocelulares benignos e malignos em camudongos (NTP, 1985);
à o metilclorofórmio causa um aumento na incidência de neoploasia hemolinforeticulares em ratos (Maltoni et al., na empresa);
à o cloreto de metileno, descobriu-se, causa um aumento na incidência de sarcomas subcutâneos da região salivar e de tumores mamários benignos em ratos (Burek et al., 1984) e um aumento leve de tumores hepatocelulares benignos e malignos e neoplasmas nas glândulas de Harderian em camundongos (NCA,1983).

4) 1,3-BUTADIENO
A produção americana de l,3-butadieno atingiu 36ton (mais de um milhão de toneladas por ano). É um gás incolor produzido comercialmente como co-produto do etileno, pela desidrogenação oxidante de n-butenos e pela desidrogenação do n-butano.
O 1,3-butadieno é utilizado como intermediário na produção de elastômeros, polímeros e produtos químicos, incluindo-se dois fungicidas,captan e “captofol”.
O 1,3-butadieno é primariamente um contaminante do ar, mas foi detetado também na água potável nos Estados Unidos.
O 1,3-butadieno comprovou aumentar a incidência de vários neoplasmas em ratos, incluíndo o hemangiosarcoma do coração, linfomas malignos, adenomas bronquiolares e alveolares do pulmão e carcinomas, papilomas escamosos das células ou carcinomas do estômago anterior e vários outros tumores (NTP, 1984).



5) FORMALDEÍDO
A produção mundial de formaldeído (que é relatada em termos de 37 por cento de solução aquosa - “formalina gelada”) é estimada em cerca de 10 milhões de toneladas por ano. É produzido pela oxidação do metanol com o ar, na presença de um catalisador.
O formaldeído pode estar presente em alguns alimentos, naturalmente (muito mais do que como resultado da contaminação). Descobriu se também sua presença na fumaça de cigarro.
O formaldeído é usado para manufatura de plásticos e resinas (uso mais intenso), para a produção de produtos intermediários e para usos diversos (incluindo cosméticos, desodorantes e desinfetantes).
Comprovou-se que a exposição ao vapor de formaldeído induz a carcinomas escamosos da cavidade nasal em ratos machos e fêmeas e, possivelmente, em camundongos (Swenberg et al., 1980; Kerns et al., 1982; Albert et al., 1982).

6) ASBESTOS MODIFICADOS
O asbestos é um material importante para extensa gama de utilização e é extraído numa base de milhões de toneladas por ano.
O asbestos natural de diferentes tipos e origens é conhecido como carcinogênico para seres humanos e animais submetidos a experiências. O mesotelioma da pleura e do peritônio é o tumor mais especificamente relacionado à exposição ao asbestos.
Esta estratégia requer substitutos industriais. Uma variedade destes substitutos (fibra de vidro, fibras sintéticas, etc.) foi proposta no passado. Entretanto, a fibra de vidro foi responsabilizada por induzir a mesoteliomas em camundongos. Outros materiais demonstraram não ser tecnologicamente adequados. Recentemente, foi feito um esforço tecnológico para modificar as propriedades físico-químicas da crisotila (o tipo mais difundido de amianto), com técnicas industriais confiáveis, de modo a reduzir o risco carcinogênico deste mineral.
Pesquisas recentes, levadas a cabo no Instituto de Oncologia de Bolonha, mostraram que em condições experimentais, os efeitos carcinogênicos da crisotila natural podem ser reduzidos modificando suas características físico-químicas

(Maltoni et al., na impresnsa).

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