FRASE DA SEMANA (mande a sua)

Na maioria das vezes somos causadores das nossas próprias desgraças!!! "Nogueira"

segunda-feira, 13 de abril de 2009

DDS - Engasgos causam sufocação e matam muitas pessoas.







A curiosidade e o hábito de colocar objetos na boca são naturais na criança. Por isso, é preciso estar atento para deixar o perigo longe do alcance dos pequenos e evitar os engasgos. Outra medida importante, segundo a coordenadora regional da ONG Criança Segura em Curitiba, Alessandra Françóia, é saber o que fazer em caso de sufocação. Até os quatro, cinco anos de idade, ressalta o cirurgião pediátrico Lúcio Marchese, do Hospital Universitário (HU) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), as crianças estão mais suscetíveis aos casos de engasgos, não só porque colocam tudo na boca, mas por conta da imaturidade de reflexos, que faz com que a aspiração de algo não seja inibida mediante a fatores como espirro, choro, susto e tosse. Dados da ONG Criança Segura apontam que em 2005 no Brasil foram 806 casos de mortes de crianças com até 14 anos de idade, vítimas de sufocação. ''A grande maioria, 586, foi de crianças com menos de um ano'', aponta Alessandra. Nos Estados Unidos, cita Marchese, são 2 mil casos por ano de crianças que morrem por aspiração de corpo estranho. ''Fazendo a correlação populacional, no Brasil estima-se mil crianças'', afirma. No Paraná, dois casos recentes deixaram pais e mães em alerta. O primeiro ocorreu em Ibiporã (14 km a leste de Londrina), em que uma menina de 11 anos morreu quando comia um pedaço de carne, que causou obstrução total das vias aéreas. O outro foi em Santa Fé (47 km ao norte de Maringá), há cerca de 20 dias, com a morte de um menino de dois anos e oito meses, que aspirou lantejoulas. Em ambos os casos, as crianças ficaram sem respirar e não houve tempo para o socorro. Quando a criança engole um objeto pequeno este pode ir para o estômago, o que raramente causa problemas, ou ir para as vias respiratórias, causando desde uma pequena dificuldade de respirar até a sufocação e total falta de ar. Neste último caso, de entupimento total da via aérea principal, são apenas quatro a seis minutos para socorrer a criança que não está respirando. Como o socorro deve ser rápido, a orientação, segundo a ONG Criança Segura, é tentar a manobra de Heimlich (veja no quadro), para expulsar o que está causando a sufocação. Isso deve ser feito, segundo o coordenadora da ONG, enquanto outra pessoa chama um atendimento especializado como o Siate. Mas, se a criança já está inconsciente, o protocolo indica, segundo informações do Siate, tentar a ressuscitação cardiopulmonar. O objeto também pode ir parar na periferia dos brônquios, causando tosse e falta de ar. ''Nesse caso pode ou não haver cianose (coloração azul da pele devido a oxigenação insuficiente) e sufocação, é uma urgência relativa'', afirma o cirurgião. Na periferia do pulmão, o objeto pode causar infecção e uma espécie de asma, meses depois. Na traquéia, se a criança está respirando, o objeto pode ser retirado através de endoscopia. Se o objeto vai para o estômago, normalmente é monitorado até sair pela evacuação. ''Pilhas ou equipamentos eletrônicos de boa qualidade raramente são corroídos pelos sucos digestivos e é possível aguardar a evacuação'', explica Marchese. ''Elas (crianças) não reconhecem o perigo, têm curiosidade e estão explorando o mundo, principalmente pela boca. Sabendo que isso é um fato e que faz parte do desenvolvimento da criança é preciso deixar objetos pequenos longe do seu alcance'', recomenda Alessandra. Isso vale não só para brinquedos com peças pequenas, mas para alimentos, como amendoim, sementes e pipoca. ''85% dos casos de aspiração de corpo estranho são de orgânicos, como sementes, e apenas 15% de inorgânicos, como pregos, moedas, botão, brinquedos'', informa o médico.===================MATÉRIAS RELACIONADAS À MATÉRIA(Folha de Londrina)






reportagem:

Criança estava 'apitando' Pregos, parafusos, moedas, apitos - a lista de objetos engolidos por crianças e atendidas em hospitais é das mais estranhas. Há dois meses, por exemplo, foi atendido um caso, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HU, de aspiração por farofa. ''Mas não é comum'', ressalta o cirurgião pediátrico Lúcio Marchese. Uma situação pitoresca foi a de um menino que começou a reclamar para a mãe que estava ''apitando'' em determinadas situações, por exemplo quando respirava mais forte. A mãe percebeu e levou o filho ao hospital, mas o raio-X não mostrou alteração. Foram várias idas e vindas, até que através de uma endoscopia foi achado uma peça cônica que permitia a passagem de ar por dentro, o que causava o ''apito''. Um dos casos mais difíceis que ele atendeu foi de uma criança que foi encher uma bola e aspirou a peça plástica do fecho. Como o aparelho de raio-X só mostra objetos metálicos, a peça, que já começava a causar sangramento, não foi localizada. Foram necessárias três broncoscopias para localizar e retirar a peça. O exame, segundo o médico, é como uma endoscopia, que explora as vias respiratórias com um equipamento ótico e uma pinça que permite retirar o objeto. ''Antes (do sistema ótico) era retirado às cegas'', lembra, citando que o HU contabiliza 200 casos de atendimento de retirada de corpo estranho, e Londrina, 350. Saber socorrer faz toda diferença. A manobra de Heimlich é indicada para os casos de obstrução das vias aéreas, enquanto se providencia transporte hospitalar. Mas, se a criança está bem e respirando, o melhor é não tentar nenhuma manobra e levá-la ao hospital. Enfiar o dedo na boca, por exemplo, pode piorar a situação. ''Tivemos o caso de uma criança que engasgou com alguma coisa e a mãe estava próximo fazendo sabão com soda. Ela enfiou a mão, suja de soda, dentro da boca da criança e queimou sua traquéia'', conta Marchese.(C.P.)

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